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Um estudo realizado no Refúgio de Vida Silvestre e na Área de Proteção Ambiental da Ararinha-Azul, no sertão baiano, acaba de ser publicado na revista científica Biodiversidade Brasileira, trazendo contribuições valiosas para a conservação da fauna da Caatinga. O artigo, intitulado “Eficácia do controle de abelhas africanizadas em locais de nidificação de psitacídeos no Refúgio de Vida Silvestre e Área de Proteção Ambiental da Ararinha Azul”, tem como autores Rogério do Nascimento Oliveira, Camile Lugarini, Patrícia Avello Nicola, Fernanda Ferreira França e Aline Cândida Ribeiro Andrade.
A pesquisa avaliou estratégias de manejo para controlar a presença de abelhas africanizadas (Apis mellifera) em cavidades naturais e artificiais utilizadas para a nidificação por aves da família Psittacidae, como a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), espécie símbolo da Caatinga e que vem sendo reintroduzida em seu habitat natural após décadas extinta na natureza. A presença das abelhas, que competem diretamente com as aves por ocos em árvores e caixas-ninho, pode comprometer o sucesso reprodutivo das espécies e impactar negativamente no restabelecimento de populações silvestres. O estudo testou métodos de prevenção e remoção das colônias de abelhas, analisando sua eficácia e aplicabilidade em campo.
“Essa publicação é resultado de um esforço coletivo em prol da conservação da fauna da Caatinga, especialmente de uma espécie tão emblemática e ameaçada como a ararinha-azul”, destaca a coordenadora do Cemafauna Caatinga, professora doutora Patrícia Nicola. “Mais do que um estudo técnico, é uma ferramenta para orientar ações de manejo em unidades de conservação. Divulgar ciência é também um ato de preservação”, conclui.
A publicação reforça o papel fundamental da pesquisa aplicada à conservação, especialmente em ambientes tão singulares e ameaçados como a Caatinga. Os dados apresentados não apenas ajudam a melhorar práticas de manejo in situ, como também enriquecem o debate científico sobre conflitos entre espécies introduzidas e nativas, evidenciando a importância do monitoramento contínuo e da atuação integrada entre instituições públicas, pesquisadores e sociedade.

Nossa atuação
O Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga, sediado em Petrolina-PE, atua em todo o semiárido nordestino do Brasil, abrangendo uma área de 982.563,3 km². Além de contemplar os diversos municípios impactados pelo Projeto de Integração do São Francisco (PISF) nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, o Centro desempenha um papel fundamental na reabilitação de animais silvestres. Essas ações de conservação ex situ são realizadas em sua unidade do CETAS, onde animais provenientes das atividades de supressão do PISF e das operações de combate ao tráfico de fauna, conduzidas por órgãos municipais, estaduais e federais, são acolhidos e cuidados.
São 12 anos de monitoramento. Este é um monitoramento de fauna, de longa duração, realizado na Caatinga Sensu Stricto por nossos analistas ambientais e pesquisadores.

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Campus Ciências Agrárias, BR 407, Km 12, lote 543, Projeto de Irrigação Nilo Coelho - S/N C1 CEP. 56.300-000, Petrolina - Pernambuco - Brasil - www.cemafauna.univasf.edu.br
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