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13/06
2025

Cemafauna participa da construção do novo Plano de Ação Nacional para a Conservação da Herpetofauna do Nordeste

Foto: ICMBio/RAN
 

Com foco na proteção de répteis e anfíbios ameaçados do Nordeste, o Plano de Ação Nacional (PAN) Herpetofauna entra em seu terceiro ciclo com novos desafios e metas. De 9 até a manhã de hoje (13), cerca de 70 especialistas participaram de uma oficina de planejamento na  Universidade Federal do Piauí (UFPI) em Teresina, promovida pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios (RAN/ICMBio). Representando o Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), vinculado à Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), esteve presente o professor Doutor Leonardo Barros Ribeiro, especialista em Herpetofauna, responsável pela coleção de Herpetologia do Museu de Fauna da Caatinga e docente do Colegiado de Ciências Biológicas (CCBIO).

Além do professor Leonardo Ribeiro, a docente Gabriela Felix Nascimento Silva do Colegiado de Zootecnia (CZOO/Univasf), também colaboradora do Cemafauna, esteve entre os representantes da universidade, contribuindo com as discussões e estratégias traçadas. O PAN é um instrumento do governo federal para organizar e promover ações voltadas à conservação de espécies ameaçadas. Neste ciclo, o plano tem o quantitativo de 77 espécies-alvo da Herpetofauna do Nordeste, com registros de ameaça nos âmbitos nacional e/ou estadual. A oficina buscou definir os objetivos específicos, produtos, prazos e as ações a serem executadas nos próximos cinco anos, além de consolidar o grupo de colaboradores e o assessoramento técnico que irão acompanhar a implementação das atividades previstas.

Um dos grandes avanços obtidos durante a oficina foi a inclusão do lagartinho-da-areia (Nothobachia ablephara) como uma das espécies-alvo do PAN. A proposta partiu do professor Leonardo Ribeiro, que defendeu a urgência de ações voltadas a esse pequeno lagarto endêmico da Caatinga, encontrado no Campus de Ciências Agrárias da Univasf, em Petrolina (PE), e esporadicamente avistado. A espécie, com pouco mais de 6 cm de comprimento, é adaptada aos solos arenosos e à vida parcialmente subterrânea. Sua morfologia única, com membros reduzidos, coloração bege/dourada e ausência de pálpebras e ouvido externo, a torna altamente especializada, mas também vulnerável a distúrbios ambientais. Atualmente, o lagartinho-da-areia é classificado como ‘Vulnerável’ na Bahia e ‘Em Perigo’ em Pernambuco. As principais ameaças à espécie incluem mineração de areia, implantação de parques eólicos e solares, turismo desordenado e expansão urbana e agrícola. Estudos recentes indicam que, com as mudanças climáticas, a espécie poderá perder áreas com condições climáticas adequadas à sua sobrevivência, o que reforça a necessidade de ações urgentes.

Foto: ICMBio/RAN
 

Com sua inclusão oficial no PAN, o lagartinho-da-areia passa a contar com medidas específicas para mitigação de impactos e recuperação de habitat, ampliando as chances de conservação efetiva. “A inclusão do Nothobachia ablephara no PAN é um marco importante para a conservação da biodiversidade da Caatinga. Essa espécie, apesar de discreta e pouco conhecida, é um indicativo claro da fragilidade dos ambientes arenosos do bioma. É nosso dever, como pesquisadores e instituições comprometidas com a fauna brasileira, garantir que essas espécies invisíveis aos olhos da maioria também tenham seu lugar protegido na natureza”, destacou o professor Leonardo Ribeiro.

Foto:Danilo Marcolino de Araújo

 

Com vigência para os próximos cinco anos, o novo ciclo do PAN Herpetofauna do Nordeste será oficializado por meio de Portaria do ICMBio e representará mais um passo estratégico na construção de políticas públicas voltadas à proteção da biodiversidade brasileira, sobretudo em ecossistemas singulares como a Caatinga, que abriga espécies únicas e ameaçadas, como o lagartinho-da-areia.

 

 

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Nossa atuação

O Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga, sediado em Petrolina-PE, atua em todo o semiárido nordestino do Brasil, abrangendo uma área de 982.563,3 km². Além de contemplar os diversos municípios impactados pelo Projeto de Integração do São Francisco (PISF) nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, o Centro desempenha um papel fundamental na reabilitação de animais silvestres. Essas ações de conservação ex situ são realizadas em sua unidade do CETAS, onde animais provenientes das atividades de supressão do PISF e das operações de combate ao tráfico de fauna, conduzidas por órgãos municipais, estaduais e federais, são acolhidos e cuidados.

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